Problemas da Independencia

Viabilidade urbana

31 de maio de 2010

Por Marília Cardoso, Conselho de Blogueiros

Acho que chegou a hora de pensarmos sério na viabilidade de Porto Alegre. Não podemos mais ver os absurdos acontecendo: a maioria dos automóveis com um só ocupante circulando pelo centro da cidade, muitos teimando em estacionar em lugares proibidos. Distribuidores de bebidas e mercadorias insistindo em estacionar em plena hora de movimento do dia, trancando a circulação normal. Muitos automóveis nas calçadas. Sem falar do momento em que aparece uma ambulância ou carro de bombeiros e que os “caridosos” buzinam e aceleram para passar na frente ou para aproveitar a retaguarda.
Em dias de jogos de futebol, carros estacionam em qualquer lugar. Sons de enlouquecer, sem respeitar clínicas e hospitais. Outros correm na contramão, com arrancadas e travadas ruidosas, conversões em lugares errados ou cabeças para fora do carro gritando palavrões e ofendendo os adversários. Fora aquele “único atento” que, ao abrir o sinal, já está buzinando. E isto tudo sem contar com os ônibus e táxis tentando parar para pegar ou soltar passageiros.
E até hoje não entendo por que não existe lógica na rota dos ônibus e lotação: a Independência é via normal para Boa Vista e Higienópolis e Auxiliadora, mas aqui passam Volta do Guerino, Hospital Conceição, Santana e, o maior absurdo, os que vão ao IPA, PUC e pelo menos um que vai para Viamão. Depois, falam em congestionamento. Mas por que não se estabelece rotas lógicas para cada bairro? Existem as linhas transversais, que estão aí para isto, ligar os bairros.
Onde ficaram os famosos Portais da Cidade? Portais inteligentes resolveriam estes caminhos lógicos, sem necessidade de turismo com ônibus passando por diversos bairros, congestionando ruas, ficando parados em sinais fechados.
Estou colocando isto porque, quarta-feira, perdi um compromisso: saí 45 minutos antes da hora marcada, chovia. Na Rua Garibaldi, nada fluía, os táxis que passavam estavam todos ocupados. E os ônibus? Passaram dois juntos, depois não apareceu outro. Fui para a Avenida Independência, nada de táxis, tudo parado. As pessoas estavam nervosas, buzinavam, afinal tinha time gaúcho jogando. A Rua Irmão José Otão estava “trancada”. Da Osvaldo Aranha, só se ouvia buzinas e nada mais.
Havia perdido o compromisso, uma reunião para tratar de assuntos da cidade. Voltei, pensando o que acontecerá nos dias de jogos das Copa. Será que estes problemas estarão resolvidos até lá? Será que, em dia de jogos, em locais hoje estrangulados, o trânsito fluirá normalmente? Será que até lá os torcedores aprenderão a respeitar os times e os outros países.
E os carros circulando no Centro? Como pensar em novos estacionamentos para o centro da cidade? Mais automóveis neste funil que é o Centro? Não seria bom, também, portais para estacionamentos de carros particulares? Não seria o momento ideal para se estudar lugares certos para os portais da cidade? Não seria a hora ideal para se construir viadutos, túneis e rótulas em lugares que estão se formando agora, aprendendo a respeitar as regiões que pertencem ao Centro Histórico? Prevenir para que mais tarde não tenhamos que consertar.
Vamos pensar em soluções para que o trânsito possa fluir bem. Medidas inteligentes, racionais. E, principalmente, que os moradores de cada bairro sejam consultados.


Contraponto
O que diz a EPTC, por meio de sua assessoria de imprensa
O transporte coletivo é a nossa aposta para desafogar e qualificar trânsito e não o contrário. Se há um grande fluxo de ônibus na via relatada pela leitora é em razão de haver atratividade. As linhas são traçadas com base no perfil dos usuários, para que sejam úteis e são, constantemente, avaliadas no que diz respeito ao número de passageiros e a alternativas, por exemplo.
17 respostas para “Viabilidade urbana”


Leandro Manoel Dias diz:
Tenho já há muito pensado que alguns setores da administração pública deveriam ter gestão profissional e independente da política, para que possamos ter uma continuidade nos projetos de forma desvinculada dos interesses partidários e a favor, sim, dos interesses dos cidadãos. A Gestão e o Planejamento de Trânsito deveriam estar na mão da EPTC, mas essa deveria ser de fato uma Empresa Pùblica e ter uma gestão mais autônoma. Do contrário a EPTC vai acabar virando o DAER que só é Autônomo no nome. Chega de administrar a coisa pública em benefício próprio, temos sim que pensar no coletivo, a cada novo Prefeito temos novas idéias, milagrosas e mirabolantes que após oito anos são deixadas de lado pela próxima gestão. Vide os exemplos dos terminais de ônibus da zona leste que estão abandonados, servindo de abrigo a mengigos e usuários de drogas. Quanto dinheiro foi gasto na construção dessas estruturas que hoje tem quase nenhuma serventia ?

Rodrigo Santos diz:

Olha Marília, estás precisando de uma pescaria….
Acreditam que tem alguém, que sugere isto, a quem estás tentando fazer algo pelo bairro?

Willlian Daudt diz:

O movimento de ônibus na Independência não eh nada perto da Cristóvão e Benjamin…
Estas vias sim precisam de um plano de ação URGENTE, estão cada vez mais congestionadas.

LeandroHubner diz:

Lembretes: 1)viaduto sobre a Farrapos=INÚTIL (quem sai do aeroporto tem q parar na sinaleira da Farrapos de qualquer jeito… o tal viaduto liga NADA a COISA NENHUMA!!!) 2) Tentem pegar o T2A as 18hs… 1:30h para chegar até a Ipiranga!!! 3) Nas avenidas onde houver corredor as lotações poderiam utilizá-los não é? 4) Se o radar adiantasse na Senador Tarso Dutra porque morre tanta gente lá?? (quase todos os postes tem epitáfios!) … Se alguém lembrar de mais alguma “pérola” da EPTC favor postar!

Allyson Güttler diz:

O problema:
Pego onibus todos os dias após às 18 horas, na Av. Oswaldo Aranha, com destino à Av. Manoel Elias. E vejo todos os dias o que a EPTC se recusa exergar.
Todos os onibus com destino à Av. Manoel Elias neste horário estão super lotados já na Av. Oswaldo Aranha. Ou seja. Nesse trajeto de pouco mais de 2 km, já é suficiente para lotar esses onibus. Considerando que até a Manoel Elias, que é meu destino, há ainda mais de 11 km, acredito que há algo de errado nesse número de linhas e/ou onibus. O usuário do transporte público de Porto Alegre paga caro por esse serviço, e se considerarmos que somos muito mal transportados, que viajamos em onibus megalotoados, que as condições dos abrigos e calçadas dos pontos de onibus são ruins. Veremos que pagamos MUITO caro por um serviço mal prestato. Todos os dias enquanto estou aguardando um bendito onibus lotado para ir até a Av. Manoel Elias, que fica à mais de 10km do centro da capital, vejo passar 2 as vezes até 3 onibus de linhas que percorrem um trajeto muito menor, e que transportam muito menos passageiros. Então me pergunto: Porque enquanto eu espero 1 onibus de 4, QUATRO linhas diferentes, que sem sombra de dúvida estarão, já na terceira parada após sua saída do terminal central, com todos os assentos ocupados e um monte de passageiros em pé, passam 2 ou 3 onibus de uma mesma linha vazios? Porque? Não dá para entender.
Gostaria de uma explicação convincente e providencias.
Sei que quem manda nessa empresa não anda de onibus, mas com um pouco de observação pode-se perceber que é necessário melhorias nas tabelas.

Sobradinho diz:

Até hoje se espera por uma qualificação de qualidade no transporte público de POA, mas até hoje isso não ocorreu por omissão do erário público municipal. Aliás para se conseguir transporte público de qualidade se discute em primeiro lugar o preço do ônibus, um valor absurdo, isso sem falar no preço da Lotação, algo de estranho ocorre no transporte público, como pensar diferente, com o preço do ônibus e das Lotações muitos cidadãos preferem utilizar o carro particular, evidente com o preço cobrado, é mais cômodo para o cidadão andar de carro, mesmo que sozinho. As empresas cobram antecipadamente as passagens de ônibus, comodidade para as empresas, o que dão de retorno nisso, nada, aliás muito estranho esse processo. Das lotações que no último reajuste teve seu valor reajustado acima da inflação, houve a esperteza de se manter uma distância maior entre esses dois transportes públicos, fato que anteriormente não ocorria, de uma hora para outro as regras foram mudadas sem as devidas explicações para o cidadão.Na ponta do lápis se calcular uma família de 5 pessoas que pagam passagem (ônibus), mais em conta será andar de carro particular, no caso das Lotações nem se fala, a mesma regra se aplicada pela família, mais em conta também andar de carro particular. Enquanto não for explicado situações como essa, certamente o transporte público ficará distante de quem possui carro e pode andar, a diferença de andar de carro e o transporte público se igualam entre si. Moral da história: o transporte público em POA, é péssimo, ônibus sujos, não cumprem horários, enfim um grande negócio para os empresários. No caso das Lotações sua situação se parece um pouco melhor em relação ao ônibus. Existem, portanto diferenças que se deveria discutir com o cidadão que paga impostos, fato que não ocorre por parte do erário público municipal.

Guilherme diz:

“O transporte coletivo é a nossa aposta”
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tá bom, tá bom agora, falando sério? Quem quer pegar ônibus em Porto Alegre? Quem quer embarcar no D72 saindo lotado do terminal no horário de pico? Quem quer subir no T7 na frente do conceição e ter que sentar no colo do motorista? Quem quer ter que fazer um trajeto de 20min em trânsito desimpedido, no dobro do tempo no coletivo portoalegrense cheio? Quem quer passar 2h vendo a noite cair na poluída e barulhenta assis brasil/protásio/bento/[nome da sua avenida favorita aqui]? Ninguém aguenta mais o coletivo em porto alegre, quando dá a primeira chance o sujeito compra carro mesmo. Nem que seja um bem velhinho…
Vamos falar sério! Há um problema e dos grandes! As vias estão estranguladas! O coletivo está saturado! Não tem ônibus dando conta, se for mandar essa galera do carro para ele, danou de vez! Não há mais espaço para mais nada e em breve vão falar denovo em rodízio, como o paulistano. Festa das concessionárias e dos donos de box, vamos ter que ter dois carros! Tudo porque não investem em infra-estrutura. Falharam durante duas décadas em implantar o metrô! Se a lição de casa tivesse sido bem feita, já estaríamos com metrô até o campus do vale!
Vem cá, porque ninguém aproveitou aquele trenzinho que tem na loureiro sendo carcomido pela ferrugem? Porque aquilo não deu certo? Porque não puseram aquilo para interligar o terminal triângulo ao cairu e ao mercado, e futuramente outros terminais na zona sul? Aquilo faria o portais da cidade ser vantajoso… é mais barato que metrô… o inventor e daqui, mas porque deu certo na ásia e aqui não?
Antes da copa a cidade para… não sei se há risco de perdermos o status de sede, mas se houver, pode apostar que vamos perder.
A hora de tomar providências emergenciais é agora, ou já era.


Ricardo Dutra diz:

Embora Porto Alegre esteja longe, muito longe de ser uma metropole, de fato tem-se feito muito pouco para o transporte público. Não há verba para se implementar o metrô e a ampliação do trensurb não é uma unanimidade entre os comerciantes da Av. José de Alencar.
Porém, em dias de chuva, principalmente em dias de jogos de futebol, a boa inteligência pede que dobremos a antecedência aos nossos compromissos, e essa cautela é tomada, por exemplo, em Nova York, onde se tem uma grande extensão de metrô e não apenas numa cidade como Porto Alegre.
De fato, os atuais governantes não fizeram nada em prol da população e nem os antigos governantes fizeram algo, pois se assim acontecido não estaríamos sentido tantos transtornos como os relatados pela colega.
Talvez se cada um de nós tivessemos um pouco mais de cidadania não estacionaríamos em fila dupla ou em locais em que se é proibido estacionar, procuraríamos acordos com colegas de trabalho no sentido de dar carona e assim evitar dois ou três carros a mais nas ruas de Porto Alegre.
Cada um de nós tem a responsabilidade pelo que vivemos hoje e atribuir apenas aos governantes é muito fácil, mas qual a nossa parcela? O que podemos fazer enquanto cidadãos para melhorar o trânsito e as regras básicas de convivência nas vias públicas?
Porto Alegre precisa crescer não apenas em relação a investimentos para a infra-estrutura, mas também na mentalidade das pessoas.
A hora das eleições é um ótimo momento de lembrarmos de todas essas críticas e escolhermos melhor nossos dirigentes, porém, não nos esquecendo da nossa responsabilidade também.


GR diz:

Excelente texto, com alguns pequenos contrapontos a serem feitos:
- Automóveis com um ocupante circulando, realmente, parece absurdo, entretanto criticar sem antes ofertar a necessária oferta de transporte público de qualidade é mais absurdo - eu, particularmente, gostaria até mesmo de não possuir mais carro, é um gasto de manutenção absurdo, riscos desnecessários ao se expor no trânsito, entretanto em um país de impostos europeus e serviços de transporte africanos como no Brasil é impossível abrir mão do carro, ao menos para a maioria das pessoas. Nefasto, é verdade, mas ninguém irá sair de casa após ligar para pelo menos 10 amigos vendo se querem carona a algum lugar, antes o estado (e minúsculo, assim como cidadão) que forneça a prestação adequada;
- Particularmente, e falo com mais de 1.000.000 de km rodados (e sou jurista e advogado, não motorista de taxi) até meus 36 anos atuais, vejo muito mais comumente motoristas desatentos, do que “únicos atentos” buzinando, o que é detestável considerando que por vezes muitos semáforos ficam abertos apenas 10 ou 15 segundos, ou seja, com o perdão da palavra, o palerma desatento passa nos últimos 5 segundos, e vários outros atrás que sofram, isso se não houver outro palerma no intercurso entre o veículo e o semáforo.
Feitas essas duas observações, digo que é ridícula a resposta da EPTC, cuja administração que parece entender muito mais de finanças (necessárias para a lucratividade das multas) do que de planejamento de trânsito e transporte propriamente.
Parabéns, boas colocações.
GR

Clovis Alberto Oliveira de Souza diz:

Os Portais da Cidade já estão definidos.
O Portal previsto para o Largo Zumbí dos Palmares foi transferido, a pedido dos moradores do Centro e Cidade baixa e dos Afro-umbandistas gaúchos, para a região do Beira Rio.
Foram mais de 14 mil assinaturas!
Quem sabe bem dos Portais é a Secretaria Municipal de Governança Local. O Salão Nobre do Gabinete do Prefeito conta com o mapa onde estão delineados os Portais.
Clovis Alberto,
Conselheiro Geral do CEUCAB/RS,
o Conselho Estadual da Umbanda e dos Cultos Afro-brasileiros do Rio Grande do Sul.

Leandro Machado diz:

Pelo visto a sra. Marília prefere que retirem todos os ônibus das ruas para dar mais espaço aos automóveis!
Ou será que alguém que esteja na Independência não tem o direito de querer ir até a PUC, por exemplo, pegando apenas um ônibus?
Nem todos tem condições de abrir mão de utilizar o transporte coletivo.
Portanto minha sugestão é que as pessoas pensem mais no coletivo do que no individual, como dá a impressão a blogueira.
Tiremos todos os automóveis das ruas, dando espaço apenas para os ônibus. Façamos isso por um único dia pra ver o que acontece. Eu certamente não irei morrer por deixar meu carro na garagem.
E vcs?

tiago diz:

Cara EPTC: faltou dizer que a aposta de vocês precisa, antes de mais nada, suprir as necessidades diárias dos usuários do transporte coletivo e romper com a hipocrisia idiota que reina aqui. afinal, ônibus novos somados aos antigos, que já eram novos, em linhas de pouco fluxo que passam por bairros de classe média alta é tão sem nexo quanto eu tendo que esperar em torno de 3 carros (com um enorme intervalo de tempo entre cada um) da Unibus passarem pra poder pegar um Agronomia no qual eu possa entrar ao menos na porta e chegar até o Campus do Vale.
mas tudo bem, a passagem custa R$ 2,45 e não me dá o direito de exigir um transporte decente.

Rafael F. diz:

Eu sempre morei relativamente perto dos locais onde trabalhei.
A lógica dos onibus é tão ridícula, que nunca consegui pegar apenas um para ir trabalhar. Sempre teria que pegar 2. Com esta combinação, levaria 1 hora ou mais para chegar no trabalho. De carro, não levaria 10min. Sem contar a falta de segurança em andar pelas ruas a noite e no onibus sem segurança.
Depois querem que as pessoas andem de transporte e larguem seus carros em casa.

Rafael F. diz:


Acho que POA está com excesso de carros nas ruas, mas ao mesmo tempo acho que isso faz parte da evolução das grandes cidades.
O planejamento da cidade está mal feito e principalmente a educação das pessoas no transito é absurdamente ridículo. Ninguém respeita ninguém. Todos acham que são donos da rua.
A sincrinização de sinaleiras é ridicula, o tempo de abertura delas não condiz com o fluxo de carros, a abertura de novas ruas não acompanha o aumento do movimento.
Um belo exemplo é a rua Vicente da Fontoura com a Av. Neusa Brizola. Tem engarrafamento diário que vai da Av. Protásio Alves até o IPA (na Vicente) e até a Praça da Encol (pelo Neusa Brizola/Nilópolis) em todos os finais de tarde. Isso tudo devido ao mau funcionamento da lógica e sincronia de sinaleiras burras da região.

Adriano diz:

Assim como os demais motoristas de “automóveis com um só ocupante”, eu claramente percebo que a assessoria de imprensa da EPTC utiliza no sentido estritamente literal a frase “As linhas são traçadas com base no perfil dos usuários”. Em momento algum é traçado o perfil daqueles que não conseguem utilizar o extremamente deficiente transporte público de Porto Alegre, mas o utilizariam se ele realmente atendesse as necessidades da população ao invés dos interesses das empresas ônibus.
É comum ouvirmos perguntas sobre o que esta errado no trânsito de Porto Alegre. Essa é uma pergunta que não temos como responder, não poder ser díficil de identificar o que esta errado, mas por ser humanamente impossível listar tantos erros. A pergunta correta seria sobre o que esta certo, limitando a não mais de duas dezenas a quantidade de respostas.
Com tão poucas coisas corretas no transito de Porto Alegre fica evidente que a cultura de “o problema não é meu” impera em nossas ruas. E essa cultura se externaliza quando motoristas tentam manobras perigosas para ganhar posições nas filas ou criam novas pistas de rodagem forçando ultrapassagens, quando ônibus param no meio das ruas para não perderem lugar na fila, quando taxis e lotações tentam “atropelar” outros veiculos para “roubar” passageiros.
Essa cultura é extremamente visível quando a prefeitura cria aberrações de trafego, como pistas que desaparecem sem sinalização, sinaleiras de pedestres instaladas junto as esquinas sem visibilidade para quem entrando na via, sinalização escondida por arvores, deteriorada ou simplementes inexistente e omissão dos agentes que deveriam fazer cumprir as leis de transito, delegando ao motorista, já que tem mais pressa que todos os outros, como resolve-las.

Walter Dworak Filho diz:

Sobre a última parte do texto da Marilia, “moradores devem ser consultados sobre mudanças o trânsito”. Quando o presidente Lula resolveu retirar o IPI dos automóveis para que fossem vendidos em maior quantidade, não houve consulta popular. Ora, era sabido que as cidades não têm condições de abrigar a frota de carros que aí está. Mesmo assim, foi-se adiante. Se mais ruas forem construídas, mais carros serão colocados lá. Devemos repensar a produção de automóveis. Devemos investir no transporte público.

Simone Guardiola diz:


Marília, eu entendo exatamente o que queres dizer e sei que todos entendem também. Sabemos que nosso transporte público não atende e é deficiente como nosso transporte de cargas. Não sei porque relutam em dar outras alternativas: Metrô, trem de alta velocidade, barcos que façam a travessia até a cidade de Guaiba, ciclovias, bondes elétricos, enfim, tudo que fosse necessário para desafogar a única opção que existe. Vão dizer: mas há lotações e táxis? Sim, mas tudo trafega pelo mesmo lugar!
A culpa não é somente do carro - que são muitos e demais-, das linhas que são abertas para atender,mas sim do fato de todos andarem pela mesma via: nossas singelas e poucas ruas, com apenas algumas alternativas de rota.
O povo portoalegrense cresceu e quer conforto, mas Porto Alegre ainda permanece se comportando como a Província de São Pedro. Nossas administrações, nossos administradores seguem na era colonial. Infelizmente…